Disfunções Sexuais Femininas

Se você me acompanha aqui e leu meu último texto, sabe que nele abordei o direito ao prazer.

Com o surgimento e popularização da pílula anticoncepcional e outros métodos contraceptivos, o sexo passou a ser visto fora da esfera reprodutiva. E assim, mulheres, sem o temor de uma gravidez indesejada e não planejada, passaram a perceber e buscar o prazer no ato sexual.

A partir daí falamos do direito ao prazer e juntamente com ele, ‘surgiram’ alguns problemas na vida sexual das pessoas, as chamadas disfunções sexuais, que são definidas como algo que não está em conformidade com o que é esperado, em outras palavras, um bloqueio total ou parcial da resposta sexual.

Para falarmos sobre disfunções sexuais, precisamos esclarecer o que é resposta sexual. A resposta sexual humana foi estudada primeiramente por Masters e Johnson em 1966, que definiram um modelo tetrafásico de resposta sexual, formado por: desejo, excitação, orgasmo e resolução. Mais tarde outros modelos foram divulgados com base em novos estudos.

Cada fase dessa resposta sexual tem marcos característicos, alguns são subjetivos (sem prova física) enquanto outros possuem provas físicas como é o caso da excitação por exemplo – lubrificação na mulher e ereção no homem. Quando há algum bloqueio em uma dessas fases, pode haver uma disfunção associada.

Além disso, as disfunções sexuais também se caracterizam por falta, excesso, desconforto ou dor, no desenvolvimento do ciclo de resposta sexual, afetando uma ou mais fases desse ciclo.

Falaremos agora, um pouco mais sobre a classificação das disfunções sexuais, elas podem ser classificadas de acordo com a fase da resposta sexual em que ocorrem como os transtornos do desejo hipoativo, que se caracteriza pela deficiência ou ausência de fantasias sexuais e de desejo de ter relações sexuais.

Os transtornos da excitação sexual, que na mulher se caracteriza pela incapacidade persistente ou recorrente em manter a lubrificação.
E os transtornos do orgasmo, como a anorgasmia, caracterizada pela dificuldade extrema ou incapacidade de ter orgasmos.

Além disso, há também os transtornos sexuais dolorosos como o vaginismo que se caracteriza pela contração involuntária dos músculos do períneo que impedem qualquer tentativa de penetração, seja no ato sexual ou em exames ginecológicos.

Também entra nessa classificação a dispareunia, que é a dor genital durante o ato sexual, ela também pode ocorrer antes ou após o ato sexual.

É importante dizer que se esses sintomas, se fazem presentes por seis meses é importante buscar ajuda, para obter um diagnóstico e tratamentos adequados.
A orientação quanto a mitos e tabus sexuais e legitimação do prazer são duas técnicas que podem ajudar no tratamento das disfunções sexuais.

Fonte de pesquisa:
ABDO e FLEURY. Aspectos diagnósticos e Terapêuticos das Disfunções Sexuais Femininas. Rev. Psiq. Clín. Vol. 33, n.3, p. 162-167, 2006.

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