Como lidar com o luto?

No último dia 21 de maio faleceu a influenciadora digital Nara Almeida que compartilhava, com mais de 3,7 milhões de seguidores no seu Instagram, sua luta contra o câncer no estomago .

Muitas celebridades e fãs demonstraram sua tristeza com o acontecimento, sua solidariedade com a família e é nítido o quanto nos solidarizamos e o quanto em momentos assim, mostramos o nosso lado mais humano: Nossa vulnerabilidade.

“Vulnerabilidade não é conhecer vitória ou derrota, é compreender a necessidade de ambas, é se envolver, se entregar por inteiro.”

Brené Brown, pesquisadora americana
e autora do livro “A coragem de ser imperfeito”

 

Diante de casos assim, mostramos nossos anseios e nossa vulnerabilidade e não há nada de errado com isso, acredito que muito pelo contrário temos que aceitar quem somos e isso inclui também todos os nossos medos.

Já perdi muitas pessoas próximas e isso me levou a refletir várias vezes sobre o que a morte representa para as pessoas e como não somos questionadas sobre a morte, o quanto não nos ensinam a lidar com ela, quem nunca escutou a frase:

“Ninguém sabe o que fazer em momentos como esse!”

E fico me perguntando o porquê, porquê tratamos esse assunto como se fosse um tabu, já que isso é algo que vai acontecer a todos nós.

Hoje depois de tantas reflexões comigo mesma, eu sei lidar melhor com a morte e com o luto, isso não quer dizer, que eu fico super bem, quando alguém morre, não, na verdade, muito pelo contrário, eu aceito que aquele é meu momento de dor, que aquela pessoa fará falta para mim, sim e tá tudo bem.

Acredito que se começarmos a nos questionar e falar sobre um momento tão mistificado faria melhor para nós do que se continuarmos empurrando um fato tão natural para baixo do tapete, como se ele nunca fosse acontecer.

Para mim, o primeiro passo para aprender a lidar com a morte e com o luto foi pensar sobre isso e desmistificá-lo.

Entender a morte e o que ela representa para você

Nós, coaches, acreditamos muito na importância do significado das coisas, pois parar e refletir de verdade o que significa aquilo para você, traz consciência sobre o que realmente é aquilo, se estamos dando um peso bom ou ruim, podemos também encontrar crenças que nos limitam e até mesmo, começar a resignificar alguma crença e/ou algum entendimento que tenhamos de alguma coisa, por exemplo:

O que significa a morte para você?

O que vem no seu pensamento?

Pode ser dor, saudades, pode até mesmo te trazer um peso muito grande pela falta que você sente de alguém querido, pode surgir medo, medo por não saber o que vem depois da morte, pânico por deixar quem você é, quem você gosta, pânico pela incerteza.

Mas porque tantas coisas ruins?
A morte é algo natural a nós, é como o fim de um ciclo (ou o começo, depende o que você acredita), você pode ver como uma evolução, como fim de um legado, pensar na morte pode até te trazer outras reflexões como por exemplo:

Qual a mensagem que eu quero deixar para as pessoas próximas de mim, para a Terra?

A maneira que estou vivendo tem passado essa mensagem?

O que EU posso fazer para que eu realmente deixe essa mensagem?

 

Percebe a diferença? Percebe que nas primeiras situações que coloquei só vem o medo e as outras,  podem nos trazer mais aceitação sobre o que é morte para nós e até mesmo, trazer ação a respeito da nossa própria vida?

Infelizmente, muitas pessoas carregam muito peso na palavra morte, justamente por ela ser carregada de crenças e medos que não sabemos e não aprendemos a lidar e pelo fato de que, muitas vezes, preferimos não pensar sobre.

Pela morte ser algo natural, não deveríamos, por isso mesmo, pensar mais? Nos preparar por algo que é tão natural, tão natural quanto a nossa própria vida?

Quando perdemos alguém querido é normal o sofrimento, é comum a dor, é comum: o luto!

As 5 fases do luto

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No livro “Sobre a morte e o morrer”, a psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross elaborou as 5 fases do luto, depois de identificar a reação psíquica de cada paciente em estado terminal e são elas:

Negação: Aqui a pessoa tenta provar que é um engano, é a etapa em que a pessoa se nega a acreditar que aquilo realmente aconteceu, pode ser que ela se afaste e nem queira falar sobre o assunto.

Raiva: Nessa etapa, Elisabeth detectou que os pacientes entravam num período de raiva, raiva do mundo e do porquê aquilo aconteceu.

Barganha: É a etapa de negociação, onde o paciente tenta “ganhar” um pouco mais de tempo, ela começa a negociar com ela mesmo e com Deus na tentativa daquela dor ou daquela doença passar. Há promessas e súplicas para que aquela dor passe!

Depressão: Aqui a pessoa percebe qual é sua realidade, o que realmente aconteceu e essa fase pode demorar muito tempo para passar ou realmente nunca passar. Nessa fase é quando a paciente em estado terminal ou a pessoa em luto sente o impacto da sua real situação e fica desanimada, triste e por isso, é uma das fases em que precisa mais das pessoas ao seu redor.

Aceitação: Essa é a fase em que a pessoa consegue aceitar com paz e tranquilidade, o que aconteceu. Acredito que essa fase é a que mais precisamos de autoconhecimento para que possamos perceber se realmente está havendo a aceitação ou se estamos em alguma espécie de fuga de uma dor e/ou de um luto que ainda está dentro de nós.

Conhecendo as fases do luto, você consegue identificar em você mesma ou em outra pessoa quando estiver passando por um momento desse e essa identificação pode te trazer, não só, mais conhecimento, mas principalmente respeito por cada fase que você está passando ou que ainda terá que passar.

Muitos profissionais acreditam que essas fases identificadas pela Elisabeth Kubler-Ross pode ser encontrada não somente em situações de luto, mas também em términos de relacionamentos, saída de empresas etc.

Procure ajuda de uma profissional

Caso você perceba que não está sabendo lidar com sua dor e/ou que alguém próximo está passando por essa situação, procure uma psicóloga que possa te ajudar a passar por esse momento de dor.

Mas principalmente, não tente tampar o “Sol com a peneira” tem várias psicólogas dispostas a te ajudar a passar por isso.

 

Que esse texto possa te trazer muitas reflexões para que você possa entrar em um caminho de ressignificação. Se for necessário, faça uma reflexão por vez, releia,  se for preciso, mas principalmente que esse texto lhe traga algum conforto e inspiração para superar os dias dificeis.

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