Autoconhecimento e a busca por perfeição

Não espere encontrar respostas nesse texto sobre autoconhecimento, no máximo, você encontrará mais questionamentos.

Eu estou no caminho do autoconhecimento há aproximadamente 2 anos e me enxergar como instrumento de mudança, como protagonista da minha própria história, mudou minha vida para melhor.

Mas o autoconhecimento não é só paz, não é só escolhendo andar por ele que você terá uma vida incrível, cheia de luz, amor e transcendência.

Com o autoconhecimento, você se olha e reconhece suas qualidades, seus poderes, mas também suas sombras e como temos sombras, né?

Passamos a vida projetando nossas próprias sombras no outro, julgando, evitando, justamente porque é mais fácil quando está no outro e não em nós e quando percebemos que isso é só projeção de algo  que estamos rejeitando em nós mesmas, dói, negamos.

Quando reconhecemos nossas sombras, nossos defeitos, queremos trabalhar para que isso não doa mais, mas temos que tomar cuidado para que essa nova busca por autoconhecimento não se torne uma caminhada dolorosa de tentativa de perfeição.

Não digo aqui para abaixarmos a cabeça para nossos defeitos e conviver com eles, odeio quem fala:

“Sou assim mesmo, fazer o quê!”

Não, você pode sim, trabalhar o que te incomoda, mas primeiro tem que haver a aceitação.

Aceitar nossas sombras é fazer as pazes com você e aceitar que você não é perfeito.

Nesses anos de autoconhecimento, tenho aprendido muito, mas às vezes, me pego nessa dúvida, se não estou me cobrando tanto para alcançar uma perfeição que não existe, até porque o perfeito é bem relativo.

Você já parou para pensar nisso?

Esse pensamento ficou mais forte quando participei de uma roda de conversa de empoderamento feminino com a linda da Aline Lima, pois conversamos muito sobre o quanto nos cobramos para alcançar um padrão e entrarmos numa caixinha.

Você pode até pensar que o autoconhecimento que é só sobre você, sim é, mas ele também tem caixinhas.

A caixinha da gratidão, a caixinha da pessoa zen que é super calma com tudo, a caixinha do amor próprio, a caixinha do expert em meditação, a caixinha da paz eterna, a caixinha de ajudar ao próximo, a caixinha do propósito de vida.

Todas essas coisas são maravilhosas, mas a cobrança de tudo isso, pode fazer sua caminhada ficar pesada demais.

Quando tentamos alcançar a perfeição, acabamos nos cobrando para fazer parte de outro estereotipo mesmo lutando para sair deles e se não conseguimos, nos frustramos.

Nos frustramos, pois não somos boas o bastante, não somos calmas o bastante, não conseguimos atingir a rotina esplêndida todos os dias.

Tentar ser uma pessoa melhor é incrível, mas temos que aceitar que terá um dia que não estaremos bem, que talvez a gente não consiga meditar todos os dias, talvez aquela sombra que você quer tanto tirar de você é o que te faz especial, você só precisa aceitá-la e trabalhar ela melhor.

Eu amo o caminho do autoconhecimento, pois ele me trouxe (e me traz todos os dias) mais entendimento sobre mim e consegui enxergar que para mudar o mundo, eu  preciso primeiro me olhar como protagonista da minha própria história e ver o que posso mudar.

Será que o caminho de autoconhecimento que você tem seguido, não é somente uma mera tentativa do seu ego para tentar ser perfeita, alcançar uma perfeição que talvez nunca venha?

Nesse texto não quis te trazer respostas, pois eu mesma não as tenho, ele foi mais com um pensamento em voz alta, mas espero que tenha feito, vocês refletirem e entenderem que o autoconhecimento é maravilhoso, mas que temos que entender nosso próprio tempo e nossas próprias limitações.

Entrar em equilíbrio, talvez essa seja a melhor palavra para medirmos tudo o que queremos melhorar em nós, não ser só sombra, não ser só luz, andar no caminho do meio.

 

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